Como
conhecer a vontade de Deus para o futuro
“13Eia
agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um
ano, e contrataremos, e ganharemos; 14Digo-vos que não sabeis o que
acontecerá amanhã. Que a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por
instante e logo se dissipa. 15Em lugar do que devíeis dizer: Se o
Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. 16Mas agora
vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna. 17Aquele,
pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.”
Tiago 4:13-17
INTRODUÇÃO
1. Tiago começou o capítulo 4 falando sobre uma guerra contra o próximo, contra nós
mesmos e contra Deus. Ele disse que as guerras entre as pessoas são um
desdobramento das tensões que temos dentro de nós mesmos.
2. Ele disse que nessa luta contra Deus enfrentamos
a sedução do mundo (v. 4), as
paixões da carne (v. 5-6) e as
ciladas do diabo (v. 7).
3. Nos versos
11-12, Tiago mostra o risco de declararmos guerra contra os irmãos, usando
a língua para falar mal uns dos outros. Tiago corrige esse grave pecado
mostrando algumas coisas:
1)
Como devemos considerar uns aos outros: como irmãos
e como próximo (v. 11-12).
2)
Somos irmãos, membros da mesma família, e Jesus é o
nosso irmão mais velho. Como próximo, devemos cuidar uns dos outros e não falar
mal uns dos outros.
3)
Como devemos considerar a lei: Deus nos deu a lei
para nos orientar a amar uns aos outros (2:8).
Se falamos mal, nós quebramos o preceito da lei que devíamos obedecer. Se
falamos mal, tornamo-nos juízes da lei e não observadores dela.
4)
Como devemos considerar a Deus: Deus é o legislador,
o sustentador da vida e o juiz. Quando falamos mal do irmão pecamos contra
Deus.
5)
Como devemos considerar a nós mesmos: Quando
falamos mal do irmão, colocamo-nos numa posição de superioridade (v. 12).
4. Tiago, agora, nos versos 13-17, vai falar sobre o risco da presunção. A presunção
atinge várias áreas:
1)
Toca a vida: hoje, amanhã, um ano.
2)
Toca as escolhas: hoje ou amanhã nós iremos…
passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.
3)
Toca a abilidade: “e negociaremos, e teremos
lucros”. Obviamente Tiago não está combatendo a questão do planejamento, mas
combatendo o planejando sem levar Deus em conta. É claro que a vida é feita de
nossas escolhas. Precisamos ter alvos, planos, sonhos, mas não presunção.
5. Como nós podemos nos proteger da presunção?
1)
Tendo consciência da nossa ignorância: “Vós não
sabeis o que sucederá amanhã” (v. 14).
2)
Tendo consciência da nossa fragilidade: “Que a
vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se
dissipa” (v. 14).
3)
Tendo consciência da nossa dependência total de
Deus: “Em vez disso, deveríeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos,
como também faremos isto ou aquilo” (v.
15).
6. Quais são os perigos da presunção?
1)
Isso envolve tomar em nossas próprias mãos o nosso
destino: (v. 16).
2)
Isso envolve uma declarada desobediência ao
conhecido propósito de Deus: (v. 17).
7. Podemos afirmar que a nossa vida humana:
1)
A vida humana está em certo aspecto sobre o
controle humano – Precisamos tomar decisões e somos um produto das decisões que
fazemos na vida: quem queremos ser, com quem andamos, com quem nos casamos, o
que fazemos.
2)
A vida humana em um sentido não está no controle
humano – Nós não conhecemos o nosso futuro nem sabemos o que é melhor para nós.
“Todo o que pede recebe...” (Mt 7:7).
Devemos procurar saber quais são as vontades de Deus para a nossa vida.
3)
A vida humana está sob o controle divino – Se Deus
quiser iremos, compraremos, ganharemos.
8. Neste parágrafo dos versos 13-17, Tiago está também lidando com a questão da vontade de
Deus. Ele acentua três atitudes em relação à vontade de Deus:
I.
IGNORANDO A VONTADE DE DEUS – V. 13-14,16
Tiago apresentou quatro argumentos para revelar a
tolice de ignorar a vontade de Deus:
1. A complexidade da
vida – v. 13
Pense em tudo o que envolve a vida: hoje, amanhã, comprar,
vender, ter lucros, perder, estar aqui, ali. A vida é feita de pessoas e
lugares, atividades e alvos, dias e anos. Todos nós tomamos decisões cruciais
dia após dia.
2. A incerteza da
vida – v. 14a
Esta expressão é baseada em Provérbios 27:1: “Não te
glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz”. Esses
negociantes estavam fazendo planos seguros para um ano, enquanto não podiam ter
garantia de um dia sequer. Eles diziam: nós iremos, nós permaneceremos. Nós
compraremos e teremos lucro.
Essa postura é a mesma que Jesus reprovou na
parábola do rico insensato em Lucas
12:16-21. Aquele que pense que pode administrar o seu futuro é tolo. A vida
não é incerta para Deus, mas é incerta para nós. Somente quando dentro da
vontade de Deus é que podemos ter confiança no futuro.
3. A brevidade da
vida – v. 14b
Tiago compara da duração da vida como uma neblina.
O livro de Jó revela de forma clara a brevidade da vida:
1)
“Os meus dias são
mais velozes do que a lançadeira do tecelão” (7:6);
2)
“Os nossos dias
sobre a terra são como a sombra” (8:9);
3)
“Os meus dias foram
mais velozes do que um corredor” (9:25);
4)
“O homem nascido de
mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha;
foge como a sombra e não permanece” (14:1-2).
Porque a vida é breve não podemos desperdiçá-la nem
vivê-la na contramão da vontade de Deus.
4. A fragilidade da
vida – v. 16
A presunção do homem apenas tenta esconder a sua
fragilidade. O homem não pode controlar os eventos futuros. Ele não tem
sabedoria para ver o futuro nem poder para controlar o futuro. Portanto, a
presunção é pecado, é fazer-se a si mesmo de Deus.
II.
Desobedecendo a vontade de Deus - v. 17
Conhecimento implica em responsabilidade. As
pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso
pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um
incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais
hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque
os nossos pecados são mestres do pecado dos outros.
“Pois melhor lhes
fora nunca terem conhecido o caminho da justiça do que após conhecê-lo,
volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2:21).
A. Por que que as
pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente a desobedecem?
1. Por orgulho – O homem gosta de considerar o dono
do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma.
2. A ignorância da natureza da vontade de Deus –
Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las
miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da
vontade de Deus.
B. O que acontece
àqueles que deliberadamente desobedecem à vontade de Deus?
1.
Eles são disciplinados por Deus até se submeterem –
Hb 12:5-11.
2.
Eles perdem recompensas espirituais – 1 Co 9:24-27.
3.
Eles sofrerão consequências sérias na vinda do
Senhor – Cl 3:22-25.
III. Obedecendo a
vontade de Deus – V. 15
A comida de Jesus era fazer a vontade do Pai (Jo 4:34).
A vontade de Deus é que dirige a nossa vida:
1.
Esta é a vontade Deus, a vossa santificação, que
vos abstenhais da prostituição (1 Ts 4:3).
2.
A vontade de Deus é que seu povo se alegre, ore e
dê graças em tudo (1 Ts 5:16-18).
Deus revela a sua vontade para todos aqueles que
desejam obedecê-la: “Se alguém quiser
fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina” (Jo 7:17).
Nós devemos procurar compreender qual é a vontade
do Senhor (Efésios 5:17): “Por esta razão, não vos torneis insensatos,
mas procurai compreender qual a vontade do Senhor”.
Nós devemos experimentar a vontade de Deus (Rm 12:2).
Nós devemos fazer a vontade de Deus de todo o nosso
coração (Ef 6:6).
Quais são as recompensas daqueles que fazem a
vontade de Deus?
1)
Regozijam-se em profunda comunhão com Cristo (Mc 3:35).
2)
Têm o privilégio de conhecer a verdade de Deus (Jo 7:17).
3)
Têm suas orações respondidas (1 Jo 5:14-15).
4)
Têm uma garantia de recompensa na volta de Jesus (Mt 25:34).
CONCLUSÃO
Qual é a nossa atitude em relação à vontade de
Deus? Ignoramo-la? Conhecemo-la, mas deliberadamente a desobedecemos ou obedecemo-la
com alegria? Quem obedece à vontade de Deus pode até não ter uma vida fácil,
mas certamente terá uma vida mais santa e mais feliz.
________________________________________________________
________________________________________________________
Acompanhe o Blog:
“Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, ele quis fazer conosco: recebeu nossa pobreza, e nos transferiu suas riquezas; levou sobre si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o seu poder; assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a sua imortalidade; desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do homem, e nos fez filhos de Deus.” João Calvino
Nenhum comentário:
Postar um comentário