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domingo, 19 de junho de 2011

Tempo Para (Re)Descobrir Hebreus - Sinclair Ferguson

De todas as cartas do Novo Testamento, Hebreus parece ser uma que muitos cristãos acham estranhas e de natureza diferente. Aqui nós entramos no mundo de Melquisedeque e Arão, anjos e Moisés, sacrifícios e sacerdotes. Isso tudo parece tão velho testamentário, tão complexo, e ainda confuso.
Se for assim, é tempo para (re)descobrir Hebreus. Mas como?
Vendo o Grande Quadro
Uma das primeiras coisas a fazer quando se estuda um livro da Bíblia é tentar ver “o grande quadro”. A segunda coisa mais fácil (mas geralmente a melhor) de fazer isso é folhear o livro, note as divisões naturais, isolando os temas principais, e escreva um breve esboço do argumento ou enredo.
O caminho mais fácil (mas na verdade o segundo melhor) para leitores da Tabletalk1 é simplesmente consultar as suas Reformation Study Bible2.
Mas um método compromissado pode ser um bom caminho para começar: tentar delinear o nosso próprio esboço, consultar a nossa bíblia de estudo, e então comparar as notas.
De fato, o grande quadro em Hebreus é bastante simples. Simplificando, é: “Jesus é o maior de todos”.
Jesus é: maior que os anjos: (capítulos 1 e 2); maior que Moisés (3:1 até 4:2); maior que sacerdotes e sumo sacerdotes (4:13 até 7:28); e maior que os sacrifícios do Velho Testamento (capítulos 8 a 10).
Uma vez que isto é verdade, assim como aqueles heróis da fé que olharam para frente, para a vinda do Messias, nós precisamos: manter nossos olhos colados nEle a medida que perseveremos em fé (capítulos 11 e 12) e vivamos juntos como a comunidade do novo pacto (capítulo 13).
Se nós nos perdermos nos detalhes, Hebreus parecerá ser um livro longo e um labirinto. Mas se nós compreendermos o grande quadro, nós veremos porque o autor achou que “o que eu lhes escrevi é pouco(13:22).
Diamantes cintilantes
Dentro desse quadro, há tesouros inestimáveis a serem encontrados. Aqui estão cinco de suas joias:
Primeiro, Hebreus é uma carta preenchida com Jesus e nos mostra a glória dEle. Quanto mais lemos a carta, mais nós percebemos que não é sobre anjos, Moisés, Malquisedeque, Arão e o velho pacto de adoração. A verdade é que Deus tem ordenado o curso da história da redenção de tal maneira que todos eles são sobre Jesus.
Segundo, Hebreus nos ajuda a ver como o relacionamento entre o novo e o velho pacto é uma de unidade e uma diversidade. O autor nos conta isso logo no início: Há muito tempo”, muitas vezes e de muitas maneiras, Deus falou aos pais, mas Ele falou através dos profetas. “[...] nestes últimos dias” Deus falou conosco, e falou através de seu filho. Nessas duas declarações, toda a mensagem da Bíblia é sintetizada: A revelação do Velho Testamento é fragmentada e múltipla; Jesus é completo e definitivo. Ele revela a perfeição de Deus, porque ele é “o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser” (1:3).
O Velho Testamento e cheio de cópias e sombras (9:23; 10:1). Jesus é o original e a realidade.
Terceiro, Hebreus, comoventemente, descreve a realidade da humanidade de Jesus. Primeiro – se nos atolarmos no desconhecimento do sistema Levítico – nós podemos não perceber isso. Mas leia novamente, e isso ficará claro.
O filho de Deus se torna como nós, compartilhou nossa origem humana, foi tentado, experimentou o sofrimento, e experimentou a morte (2:10, 11, 14, 18). Ele se tornou um irmão para nós (v.17). Esse é o motivo pelo qual ele pode ajudar os tentados.
O Filho de Deus compartilhou nossa fraqueza e levou para o céu a própria humanidade na qual Ele experimentou isso. Através dele nós podemos chegar com confiança ao Trono de Deus, sabendo que há misericórdia para ser achada para nossa fraqueza e graça para nossa pecaminosidade (4:14,15).
O filho de Deus se tornou um homem de oração e lágrimas. Sua obediência foi exercida em sofrimento. Nós podemos confiar nEle como fonte da nossa salvação (5:7-9).
Quarto, Hebreus expões maravilhosamente a Glória de Jesus. Todo capítulo aponta para isso. Vale a pena separar um tempo simplesmente para ler grandes textos. Isso inclui Hebreus 1:3; 2:9; 3:3; 4:14; 5:9; 6:20; 7:22; 8:1; 9:15; 10:12; 1:40-12:2 e 13:8. Jesus é “o mesmo de ontem, de hoje e de sempre” isto é, Ele é aquele que foi fragmentariamente e preliminarmente revelado no velho pacto, foi plenamente revelado no novo, e será finalmente revelado no eschaton (no fim dos dias).
Quinto, Hebreus fala conosco com grande sensibilidade pastoral. Isso é, afinal de contas, uma “palavra de exortação” ou encorajamento. É realista sobre o sofrimento, o medo da perseguição, o perigo do desânimo, a luta que temos contra o pecado, a possibilidade de apostasia, a paralisia espiritual pronunciada pela voz condenadora da consciência, e a possibilidade de que talvez não tenhamos garantia. Seu remédio para cada doença espiritual é estabelecida em uma teologia marcada por grande simplicidade e rica complexidade.
Fixe seus olhos em Jesus, o Apóstolo e Sumo Sacerdote de nosso chamado, o Fundador e Consumador de nossa Fé (3:1; 12:2). Veja tudo na luz de quem Jesus é, o que Ele fez e o que Ele continua fazendo hoje. Você não pode errar.
1 Tabletalk Magazine  é uma revista devocional do Ligonier Ministries.
2 A Reformation Study Bible é a Bíblia de Estudo comentada por R. C. Sproul. Infelizmente ela não está disponível em português, mas há outras opções de Bíblias de Estudo que são ótimas como a Bíblia de Estudo de Genebra e a Bíblia de Estudo MacArthur. Estas são as melhores, mas há ainda alternativas como a Bíblia de Estudo NVI, A Bíblia Sheed, a Bíblia Anotada Expandida, a Bíblia Thompson entre outras.

Por: Sinclair Ferguson. © Ligonier Ministries. Website: Ligonier.org

Postagem Original: Time to (Re)Discover Hebrews

Tradução e Adaptação: Revista Reformada

Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir esse material da forma que desejar, desde que indique as informações supracitadas, não altere o seu conteúdo original nem o utilize com qualquer fim comercial e lucrativo.



“Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, ele quis fazer conosco: recebeu nossa pobreza, e nos transferiu suas riquezas; levou sobre si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o seu poder; assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a sua imortalidade; desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do homem, e nos fez filhos de Deus.” João Calvino

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